Vivi Bettoni
Meu mundo é diferente do seu: Por que aceitar é tão difícil?
Atualizado: 12 de ago. de 2019
A importância da aceitação para a evolução!

A cada dia que passa noto que um padrão de comportamento se forma ao redor das famílias e pessoas que convivem com PCDs (Pessoas com Deficiência), pessoas com transtornos ou síndromes.
Desde que meu filho nasceu prematuro extremo e principalmente quando recebemos o diagnóstico de paralisia cerebral, minha vida mudou por completo; meu modo de ser, viver, olhar... meu mundo se transformou. Não quero que pensem que foi uma mudança ruim, porque com todas as dificuldades e cansaços vieram as recompensas para meu desenvolvimento pessoal.
Passei por diversas fases e ainda passo por mudanças que chamo de “temporais”, momentos que vem e me tiram novamente do ponto em que estou.
Nenhuma mudança é aceita facilmente, por menor que seja, nos tira da zona de conforto, nos faz mover de um lado para outro, bagunçando o que já havia estabelecido, estruturado.
Mas nesse vai-e-vem, há muito aprendizado acontecendo que nos eleva como pessoa, melhora nossas condutas e posturas, nos transforma. Você passa a olhar as coisas, pessoas, situações com outro olhar... aprende a buscar soluções para amenizar aquilo que está lhe incomodando... e isso também ajuda as pessoas que assim como você, precisam dessa solução.
Mas por que é tão difícil aceitar que temos um PCD seja ele(a) filho(a), neto(a), sobrinho(a)...? Você já parou para pensar como a sociedade nos coloca quanto ao modo de ser e estar?
A regrinha naturalmente nos colocada, é que os filhos nasçam, corram, pulam, saibam cair e levantar... e assim conquistando sua autonomia rapidamente mesmo sob supervisão dos pais. A escola os recebem da forma como são... os brinquedos são feitos para atender as atividades como elas são feitas, de forma geral, sem adaptações....
Então você tem um filho PCD, e você não sabe o que fazer, porque ele não atende aos “padrões” que são ditos como regulares; você se perde em tantos pensamentos do “o que fazer, como fazer, quando fazer” e então tudo lhe parece ficar ainda mais difícil. Seu filho vai crescendo e suas dúvidas também acompanham: “será que vai conseguir fazer aquilo, ser daquela forma, pular, estudar, trabalhar, dirigir, casar?...” Mas você queria tanto que fosse de outra forma... da forma que aprendeu; então, o ACEITAR a princípio se torna muito doloroso.
Muitos porquês são formados em sua mente e a resposta é sempre a mesma: Já aconteceu e não tem mais volta. Isso internamente se torma um conflito, refletindo na RESISTÊNCIA em aceitar seu novo presente; não é como desejava mas é o que você vive.
Com a resistência vem a dor, sofrimento, medos e isso vai colaborando para o processo de aceitação ser ainda mais difícil.
Todas as famílias de PCDs, com deficiências, transtornos ou síndromes, assim que recebem o diagnóstico no ato do nascimento ou um tempo depois, entram em conflito com suas expectativas, gerando uma certa resistência mesmo que momentânea ou em forma de insegurança. O tempo dessa resistência varia de pessoa para pessoa... algumas não conseguem trabalhar essa questão e precisam de profissionais para ajudarem a enchergar as novas oportunidades, outras tem maior facilidade em se adaptar às mudanças e buscam com elas desenvolver novas habilidades.
Uma coisa é certa, ao aceitar, você caminhará na direção que precisa seguir, você conseguirá focar naquilo que realmente precisa ser feito, e então terá mais êxito na sua jornada; você dará ao seu filho maiores possibilidades de melhoria e de conquistas.
Caso a aceitação demore acontecer, você pode dificultar o desenvolvimento de seu filho, fazendo com que ele não se sinta seguro nos seus desafios diários.
Quando realmente aceitamos, impulsionamos aqueles que possuem alguma necessidade ir além de suas limitações... e isso os devolve em forma de “razão de viver”.

ACEITAR É UM GESTO DE AMOR e por ele os demais passos fluirão.
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